ONU pede fim de matanças a facções e pressiona rebeldes a poupar Kadafi

Em meio a uma crescente onda de execuções atribuídas tanto a rebeldes quanto às forças ainda leais ao ditador Muamar Kadafi, a ONU fez ontem um apelo para que a vida do líder líbio seja poupada. O objetivo da ONU - que pretende enviar uma missão para ajudar a reconstruir o país (mais informações na página 18) - é que Kadafi seja julgado pelo Tribunal Penal Internacional.

Patrick Baz/AFP

Saída. Cruz Vermelha retira feridos de hospital de Abu Salim

Na frente do portão principal de Bab al-Azizia, o quartel-general de Muamar Kadafi, há uma praça. Do outro lado, formando um triângulo, estão a base da Brigada 77, comandada por Muatassam, um dos filhos de Kadafi, e a entrada para o bairro de Abu Salim, último foco da resistência do regime onde fica a prisão de mesmo nome, para a qual o ditador mandava seus inimigos para serem trancafiados indefinidamente, torturados ou mortos. 

O Estado contou 23 corpos, a maioria de negros, que os rebeldes afirmam ser de "mercenários africanos". Havia na praça um acampamento militar, primeira linha de defesa desse ponto nevrálgico do poder. Além das tendas verdes e beges, há duas brancas e uma ambulância com emblemas do Crescente Vermelho, o equivalente muçulmano da Cruz Vermelha. Os feridos não foram poupados, mas executados em suas macas.