domingo, 11 de setembro de 2011

Antigos apoiadores de Kadafi mudam de lado na nova Líbia

Khalid Saad trabalhou durante anos como uma leal engrenagem na máquina de propaganda de Muamar Kadafi, providenciando transporte para levar jornalistas estrangeiros a comícios, garantindo que eles nunca deixassem seus hotéis sem escoltas oficiais e levantando a sua própria voz para elogiar o líder líbio.
No dia em que os rebeldes tomaram Trípoli, Saad mudou de lado imediatamente.
Mosaico de Muamar Kadafi que adornava a capital da Líbia, Trípoli, é destruído por balas
Agora, ele trabalha para o governo provisório dos ex-rebeldes, coordenando transporte para seus oficiais e insistindo que seu antigo apoio a Kadafi era apenas negócios.
"Meu tio e meu filho foram soldados da revolução", disse. "Todo mundo vai ficar feliz agora. Tudo mudou agora. Todo mundo está livre."
Conforme se fecham as cortinas da Trípoli de Kadafi, muitos de seus atores coadjuvantes estão correndo para adotar novos papéis com os ex-rebeldes, os mesmos que há pouco tempo atrás eram obrigados a chamar de "ratos". Muitos líbios dizem que a facilidade com que então apoiadores do  antigo líder mudaram de lado é um testemunho do cinismo generalizado da era de Kadafi, quando a dissidência significava prisão ou morte, oportunidades de trabalho dependiam de conexões políticas, e quase todo mundo aprendeu a usar duas faces para sobreviver dentro do sistema.
Esse cinismo pode agora vir a ser a salvação de Trípoli. Depois de meses de uma repressão brutal e uma guerra civil sangrenta em um país com um histórico de pouca unidade, onde brigadas autônomas ainda rondam a capital, os cidadãos têm parecido inesperadamente dispostos a deixar de lado suas queixas contra oficiais do governo Kadafi. Todo mundo sabe que quase todos que estavam fora das prisões durante as quatro décadas de domínio de Kadafi foram, de certa forma, cúmplices.
Na verdade, a fina camada de apoio ajuda a explicar porque as forças de Kadafi que aterrorizaram a cidade desmoronaram tão rapidamente, quando ficou claro que o fim estava próximo, evitando o violento confronto esperado. Embora os apoiadores de Kadafi ainda resistam em alguns locais do país e tenham havido episódios de violência e saques, Trípoli, a capital, mudou de mãos e voltou para a paz em questão de dias

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