segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Infraestrutura é adversária do Brasil na Copa de 2014

problemas :

Telefonia
 
Obstáculos
Soluções
O que dizem os responsáveis
Limitação na tecnologia 3G - que pode levar à pane na rede em locais onde multidões fazem ligações ou enviam fotos e vídeos via celular simultaneamente
Instalar mais telefones públicos nas imediações de estádios e investir em antenas e recursos de rede
A Anatel não comenta o assunto

Hotelaria
Exigências da Fifa
Obstáculos
Soluções
O que dizem os responsáveis
32.000 quartos por cidade-sede e arredores
Só São Paulo atende à exigência - nas demais eventuais sedes, há falta de hospedagens
Ampliar e reformar a rede hoteleira, implementar hospedagem em navios ao longo da costa e utilizar hotéis das cidades vizinhas às sedes
O Ministério do Turismo aposta em hospedagem familiar, pousadas, albergues e vilas olímpicas como alternativas
 
Falta mão-de-obra capacitada para vagas a serem criadas no setor
Formar novos profissionais
O Ministério do Turismo está criando cursos de capacitação

Transporte
Obstáculos
Soluções
O que dizem os responsáveis
Estádios mal localizados e sem estrutura de transporte público

Sistema aeroportuário operando no limite da capacidade
Ampliar aeroportos e linhas de metrô nas cidades-sede
A Infraero promete elevar número de pousos e decolagens utilizando capacidade ociosa dos aeroportos. O governo federal promete investir ao menos R$ 7,3 bi em metrôs e infraestrutura de transporte
Estradas que ligam cidades-sede em más condições
Melhorar rodovias e investir em trem de velocidade média (até 250 km/h) no trecho Rio-São Paulo
O trem-bala que ligará São Paulo, Campinas e Rio deve estar pronto até 2014, ao custo de US$ 15 bilhões, em parceria entre governo e iniciativa privada

Estádios
Exigências da Fifa
Obstáculos
Soluções
O que dizem os responsáveis
Estacionamentos e hospitais próximos, corredores de circulação adequados, tribunas de imprensa, assentos numerados, vestiários para atletas, árbitros e gandulas
Nenhum estádio atende às exigências
Reformar os estádios, especialmente nos camarotes, estacionamentos, salas de imprensa, banheiros, e serviços
Os responsáveis dizem que os estádios serão adequados: reformas podem custar R$ 10 bilhões, parceria entre governo e empresas
Área livre próxima ao estádio para a concentração de torcedores
Morumbi (SP) e o Maracanã (RJ), candidatos à abertura e à final da Copa, não têm tal área
O Morumbi teria de usar áreas contíguas.

O Maracanã, demolir o parque aquático Júlio Delamare
 
Fontes consultadas:
Telefonia: Ricardo Rodrigues de França, engenheiro eletricista e especialista em telecomunicações
Transporte: Ricardo Nogueira, vice-presidente executivo da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), Nicolau Gualda, chefe do Departamento de Engenharia de Transportes da Poli-USP, e Marçal Goulart, superintendente de operações da Infraero
Hotelaria: Alexandre Sampaio, diretor da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Maurício Bernardino, presidente da ABIH-SP, e Luiz Barretto, ministro do Turismo
Estádios: Vicente de Castro Mello, coordenador da equipe de arquitetos para Copa de 2014, e Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco)

Detalhes nada pequenos - De acordo com Nicolau Gualda, professor titular e chefe do Departamento de Engenharia de Transportes da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), os problemas do setor começam no interior das cidades-sede, que não possuem acessos adequados a estádios nem oferecem ao público condições plenas de deslocamento para restaurantes, hospitais e outros serviços. "Além disso, há problemas no transporte interestadual: as rodovias precisam de ajustes, a malha ferroviária é inadequada e a aeroviária está saturada nas principais ligações do país".
Marçal Goulart, superintendente de Gestão Operacional da Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) garante que os aeroportos das cidades-sede serão melhorados. "Esperamos um crescimento de 30% no movimento das principais pistas, mas descarto completamente a possibilidade de um novo caos aéreo durante a Copa."
Quartos lotados - O Brasil deve receber durante o mês da Copa cerca de 500.000 turistas estrangeiros. É muita gente para os padrões do turismo local. A cifra é, por exemplo, 10% maior do que o número de visitantes que aportam por aqui a cada ano.
Por isso, Alexandre Sampaio, um dos diretores da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), adianta que a rede hoteleira precisa de investimentos. "Trabalharemos com uma taxa de ocupação de 100% dos quartos", diz. Para se ter ideia, a média atual do Rio de Janeiro, a maior de todo o país, é de 76%.
Sampaio adianta também os preços da hospedagem em 2014. Hotéis turísticos terão diária de 180 dólares; nos estabelecimentos superiores, 270 dólares; já os pontos de luxo sairão por 350 dólares por dia. Os hotéis terão autonomia para aderir ou não ao contrato de preços da Fifa.
Além do eventual apagão aereo, será preciso correr para evitar o telefônico. Para Ricardo Rodrigues de França, engenheiro eletricista e especialista em telefonia, é possível evitar o pior com mais investimentos das operadoras. "Mas os investimentos para resolver problemas devem começar mais para frente, caso contrário, a tecnologia fica obsoleta até 2014", diz.
Estádios 'verdes' - A situação dos estádios brasileiros é um dos calcanhares de Aquiles da Copa 2014, talvez o ponto frágil mais visível. Vicente de Castro Mello, coordenador dos arquitetos que irão trabalhar pela Copa, admite que nenhuma das construções do Brasil têm condições de abrigar o mundial. "Mas todos passarão por intervenções e adequações", ressalva.
O diferencial aqui, segundo Mello, será a criação de um modelo tipicamente brasileiro: a chamada eco-arena, um estádio sustentável, com reaproveitamento de água da chuva, reciclagem de lixo, tratamento de esgoto, entre outras medidas. Resta saber se, de fato, haverá dinheiro para todas essas obras, além das prometidas parcerias público-privadas.
 


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